quarta-feira, 30 de junho de 2010

HOUSE, Gregory

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Uma dose de Scotch em cima do piano tocado por mãos astutas de um médico infectologista e nefrologista embriagado por sua autenticidade.
O frasco de Vicodin, seu comparsa na ilusão de excelência em seu estado miserável, no bolso do seu paletó usado em preferência ao tradicional avental branco.
House instiga a dualidade do Amor e Ódio em seus fãs. "Everybody Lies" é a frase que dilacera nossa hipocrisia e expõe nossa patética índole. Assistir ao seriado House exige humildade para aceitar verdades absolutas acerca do nosso caráter.
"Baby Steps". A indignação não deve ser imersa em sentimentos de piedade.
O rancor é inerente à raiva. A bondade é momentânea. Os vícios são amigos. Pessoas não são dignas de confiança. Deus existe?
House não passa despercebido. Sua bengala é um adorno de sua excentricidade. Seus olhos azuis, a barba por fazer, a claudicação. House não entra em algum ambiente, ele triunfa.
Sua inteligência é ímpar. Não a denota com clichês e uso do senso comum. Ele abdica de qualquer resguardo de embaraço e enaltece suas ideias brilhantes com humor arrogante. Apesar de sua mediocridade como ser humano, ele sabe ser notável no tratamento ardiloso com as pessoas.
Cuddy, Wilson, Foreman, Thirteen, Chase e Taub são os escolhidos de House para exercer sua manipulação. Sem intenção de contato com o paciente, House desafia seus empregados a inferir um diagnóstico com perguntas e respostas por meio de outro personagem: o quadro-branco. 
De palavras escritas e transcritas normalmente não surge o diagnóstico final. Insights de House são uma peça-chave no seriado para resolver a questão.
Médico brilhante. De maneira surreal não errou algum sequer diagnóstico. Porém em sua vida particular, os sintomas da doença que atinge sua índole são enigmas torturantes. Diagnósticos diferenciais para o seu enfermo caráter são mostrados episódio após episódio. A questão final para a cura de Gregory House é esperada com supremacia pelos fãs.
Do começo ao fim, o seriado instiga a reflexão para nós mesmos. "Yes. It's Cancer." É o câncer da sociedade com sua metástase atacando cada um de nós, órgãos desse grande corpo chamado mundo.
House é Deus ou não? Sherlock Holmes resolveria essa questão.

Um comentário:

  1. Simples se olhado metalinguísticamente, irônico se olhado metafóricamente, estiloso se olhado fashionistamente, sarcástico e olhado com ingenuidade!

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